sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O diretor...

Gostaria de deixar claro que realmente elas tentaram fazer As Alegres Comadres de Windsor. Mas o que fazer com o impulso incontestável de sete atrizes de fazer algo que lhes faça sentido? Inquietações sobre linguagem, interpretação, teatro, feminino e masculino, como e por que continuar surgiram desde o início e redefiniram rumos e tempo todo. Das questões surgidas deste barulho, consideramos que talvez valesse a pena olhar para o processo e dali extrair poesia.
A dramaturgia proposta por Licienne Guedes nos fez perceber que tanto montar o Shakespeare original quanto desistir dele seria um desperdício, pois parecia haver vida naquilo que surgia do encontro entre as comadres de Windsor e essas daqui. O que umas poderiam aprender com as outras? Obviamente não haveria consenso, nem seria fácil. Todas elas fazem barulho. As Comadres de Windsor, as atrizes e também a dramaturga. Até o Gregory Slivar, o meu único companheiro masculino neste processo, cuidou para que elas batassem bastante o pé no chão...
Esperamos que a vida deste processo consiga se fazer representada neste espetáculo. Com o barulho e a delicadeza necessários.

Thiago Antunes

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