sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Fotos: Simone Ezaki




Fotos: Simone Ezaki





O diretor...

Gostaria de deixar claro que realmente elas tentaram fazer As Alegres Comadres de Windsor. Mas o que fazer com o impulso incontestável de sete atrizes de fazer algo que lhes faça sentido? Inquietações sobre linguagem, interpretação, teatro, feminino e masculino, como e por que continuar surgiram desde o início e redefiniram rumos e tempo todo. Das questões surgidas deste barulho, consideramos que talvez valesse a pena olhar para o processo e dali extrair poesia.
A dramaturgia proposta por Licienne Guedes nos fez perceber que tanto montar o Shakespeare original quanto desistir dele seria um desperdício, pois parecia haver vida naquilo que surgia do encontro entre as comadres de Windsor e essas daqui. O que umas poderiam aprender com as outras? Obviamente não haveria consenso, nem seria fácil. Todas elas fazem barulho. As Comadres de Windsor, as atrizes e também a dramaturga. Até o Gregory Slivar, o meu único companheiro masculino neste processo, cuidou para que elas batassem bastante o pé no chão...
Esperamos que a vida deste processo consiga se fazer representada neste espetáculo. Com o barulho e a delicadeza necessários.

Thiago Antunes

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Última semana de apresentação

Para aqueles que não conseguiram ir ainda, esta será nossa última semana de apresentação no Teatro Sérgio Cardoso, Rua Rui Barbosa - 153 - Bela Vista. tel: 3288 - 0136.
Sexta-feira, dia 29/05 - 21h30
Sábado, dia 30/05 - 21h
Domingo, dia 31/05 - 19h.
Nossas cadeiras ficaram muito vazias durante a temporada, seria maravilhoso as ver preenchidas na nossa despedida dessa temporada.

Um presente

Esse é um presentinho que uma amiga nos mandou. Gostamos muito e resolvemos compartilhar (esse é o bom de presentes virtuais).
Muito obrigado Andréia.

"Olá para todas,

Gostaria de compartilhar com vocês uma "jóia rara" que encontrei no youtube. Bom, o video esta com o volume muito baixo, mas fiz um esforço de colocar um fone de ouvido e melhorou a situação. Se trata de Nina Simone cantando uma musica, Feelings...
Lembrei de vocês e talvez vocês entendam porque. Ela começa meio que cantando que nem um robô, e no meio, para tudo,e diz, de maneira um tanto que indignada e comovida: mas que raio de musica e essa?, não que esteja tirando um sarro do compositor, mas que situação é essa que gerou a necessidade desta musica ser composta?, enfim, acho uma preciosidade como ela cria tudo isso com um jogo com o público, energia (sei lá se seria esta palavra), mas talvez, com a força de sua própria vida, e música!
Talvez fique um pouco mais claro porque me lembrei do trabalho de vocês, bom, que fique de inspiração seu olhar.

Um beijo,
Andréia Yonashiro "

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Saltos são feitos para andar


Este video serviu de inspiração, nessa semana.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Janaína Carrer



Creio que serei piegas.

(Piegas: adj. e s. 2 gén. e 2 núm., pop.: Que apela excessivamente para o sentimento; que, ou pessoa que se embaraça com pequenas coisas; niquenta; pessoa ridiculamente sensível; assustadiço; chorão.)

Sete comadres.

(Compadre: 1 Padrinho de uma pessoa em relação aos pais desta. 2 Pai de uma pessoa, em relação ao padrinho ou à madrinha desta. 3 Amigo íntimo. 4 Cada uma das pessoas que entram em um conluio. 5 Indivíduo astuto ou manhoso. 6 Parceiro. Fem: comadre. P.S.: Não se encontra no feminino...)

Mulheres que se gostam, se admiram, se amam apesar dos defeitos, se odeiam apesar das qualidades, mas se irmanam a ponto de tudo superar.
Certa vez fomos indagadas sobre qual a diferença entre comadres e amigas, comadrismo e amizade. Lembro-me que uma definição que muito me agradou foi o fato de uma comadre ser mais que uma amiga, quase uma irmã. Um laço sanguíneo escolhido não ao acaso, mas na convivência.

Assim, nos unimos num “conluio”... e quantas adaptações e mutações passamos...


ADAPTAÇÃO

As ausências caminharam juntas com os silêncios e o caos.
A espera abraçou minha ansiedade e nossas cabeças.
Zonza(s) de esperar, os passos se afundaram no chão, um trilho profundo...um buraco sobre sete cabeças.
Da ausência de luz, vimos frestas de ar, ignoramos as expectativas e mergulhamos no silêncio sujo de nossas mãos.
Lambuzamos-nos de nossa terra e nos lavamos em águas inesperadas, que maravilhosamente surgiram em nosso meio.
Da espera surgiu nossa presença, ansiosa e angustiada.
Dos meus, dos nossos pés, brotaram raízes móveis, edificando nossa frágil força em sensível presença.
E do sujo silêncio, tornamos limpo o nosso caos.
E que assim seja.