quarta-feira, 13 de maio de 2009

Janaína Carrer



Creio que serei piegas.

(Piegas: adj. e s. 2 gén. e 2 núm., pop.: Que apela excessivamente para o sentimento; que, ou pessoa que se embaraça com pequenas coisas; niquenta; pessoa ridiculamente sensível; assustadiço; chorão.)

Sete comadres.

(Compadre: 1 Padrinho de uma pessoa em relação aos pais desta. 2 Pai de uma pessoa, em relação ao padrinho ou à madrinha desta. 3 Amigo íntimo. 4 Cada uma das pessoas que entram em um conluio. 5 Indivíduo astuto ou manhoso. 6 Parceiro. Fem: comadre. P.S.: Não se encontra no feminino...)

Mulheres que se gostam, se admiram, se amam apesar dos defeitos, se odeiam apesar das qualidades, mas se irmanam a ponto de tudo superar.
Certa vez fomos indagadas sobre qual a diferença entre comadres e amigas, comadrismo e amizade. Lembro-me que uma definição que muito me agradou foi o fato de uma comadre ser mais que uma amiga, quase uma irmã. Um laço sanguíneo escolhido não ao acaso, mas na convivência.

Assim, nos unimos num “conluio”... e quantas adaptações e mutações passamos...


ADAPTAÇÃO

As ausências caminharam juntas com os silêncios e o caos.
A espera abraçou minha ansiedade e nossas cabeças.
Zonza(s) de esperar, os passos se afundaram no chão, um trilho profundo...um buraco sobre sete cabeças.
Da ausência de luz, vimos frestas de ar, ignoramos as expectativas e mergulhamos no silêncio sujo de nossas mãos.
Lambuzamos-nos de nossa terra e nos lavamos em águas inesperadas, que maravilhosamente surgiram em nosso meio.
Da espera surgiu nossa presença, ansiosa e angustiada.
Dos meus, dos nossos pés, brotaram raízes móveis, edificando nossa frágil força em sensível presença.
E do sujo silêncio, tornamos limpo o nosso caos.
E que assim seja.

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